A literatura nos mostra que, sobretudo, até o século XIX no mundo ocidental a história das pessoas com deficiência foi de exclusão e segregação com raras exceções. Com o avanço da medicina, ciência e legislação, de um modo geral, durante o século XX, muitas pessoas com deficiência conquistaram o direito ao estudo, trabalho e lazer. Atualmente, podemos dizer que boa parte desse público é economicamente ativo e participativo no crescimento de nosso País. Todavia, é necessário que lancemos nossos olhares para outras especificidades importantes no âmbito da deficiência, como por exemplo, o protagonismo da mulher.
A norte americana Helen Adams Keller (1880-1968) e a brasileira Dorina Gouvea Nowill (1919-2010) são dois grandes exemplos de mulheres com deficiência que superaram as barreiras imposta pela sociedade de suas épocas e deixaram um enorme legado às futuras gerações. Apesar da desigualdade de gênero ser uma realidade no Brasil, é fundamental que os governos desenvolvam e apoiem medidas e ações que garantam também às mulheres com deficiência seus direitos básicos. Neste caso, não estamos falando apenas em direitos ligados à educação, saúde, trabalho e lazer, mas também direitos ao matrimônio, maternidade, independência e autonomia.
Sabemos que adultos com deficiência, que tiveram seus direitos e limitações respeitados na infância e adolescência, hoje, participam da sociedade e exercem sua cidadania como qualquer pessoa. Quando olhamos para o público feminino, percebemos que muitas mulheres são mães de família, outras moram sozinhas e têm seus empregos e tornaram-se aquilo que decidiram ser, compreendendo que a deficiência limita, mas não impede.
Mulheres com deficiência: Garantia de Direitos para Exercício da Cidadania
Coletivo Feminista Helen Keller